Como Tudo Começou
Minha história é repleta de desafios, superações e aprendizados. Desde o início, minha mãe foi uma figura central em minha vida, enfrentando as incertezas com coragem e amor.
Os Primeiros Sinais
Minha mãe descobriu que algo estava diferente quando tive minha primeira convulsão, aos seis meses, devido a uma febre causada por uma gripe e infecção na garganta. Fiquei internada por três dias e, ao sair, o médico receitou Gardenal, um medicamento que minha mãe, sem informações adequadas, optou por não dar, acreditando que eu estava bem.
Mais tarde, ao procurar ajuda, um farmacêutico suspeitou de um problema ósseo e indicou vitaminas e um especialista. Foi somente ao consultar uma pediatra que veio o diagnóstico de paralisia cerebral. Apesar disso, a médica não explicou detalhadamente o que isso significava, e minha mãe teve que buscar respostas por conta própria.
A Busca por Tratamento
A pediatra aconselhou minha mãe a procurar tratamento em Belo Horizonte ou Espírito Santo, mencionando que eu poderia não andar e precisaria de cuidados especiais. Sem se abalar completamente, minha mãe decidiu voltar a Belo Horizonte quando eu tinha 11 meses. Lá, no Hospital da Baleia, ela começou a compreender melhor minha condição, vendo outras crianças com diagnósticos semelhantes.
Foi um neurologista renomado que esclareceu mais sobre minha condição, embora ele não tenha mencionado a esquizencefalia. Minha mãe enfrentava a maternidade solteira e jovem, mas com determinação.
Minha Infância e Primeiras Superações
Comecei a tomar medicamentos controlados e a fazer visitas regulares ao médico. Eu dava pequenos passos com ajuda, mas meus movimentos eram cruzados. Minhas mãos e pés tinham particularidades: dedos mais abertos, dificuldade para segurar objetos. Aos nove anos, passei por duas cirurgias corretivas nas pernas, mas a fisioterapia essencial para o sucesso do tratamento era cara e de longo prazo.
Minha mãe, já grávida novamente, enfrentava um novo desafio enquanto trabalhava em um salão de beleza.
Minhas Conquistas e Paixões
Apesar das adversidades, desenvolvi habilidades que amo: sei pintar abstrato, fiz esculturas em cerâmica e sei digitar. Adoro artes, dançar, viajar, ouvir música, ir ao cinema e ao teatro. Sou apaixonada por explorar a vida e as diferentes formas de expressão artística.
Minha paralisia cerebral é única. Faço muitas coisas de forma independente: tomo banho, escovo os dentes, lavo minhas roupas e encontro maneiras de superar limitações.
Reconhecimento e Gratidão
Ao longo da vida, muitas pessoas me apoiaram, incentivando meu tratamento e acreditando em meu potencial. Esses gestos de esperança e motivação me fizeram enxergar que, mesmo com obstáculos, eu posso evoluir e realizar sonhos.
Minha jornada é uma prova de que as dificuldades não definem quem somos, mas sim a maneira como as enfrentamos. Sinto-me leve quando estou em tratamento, não apenas no corpo, mas também na alma, sabendo que cada passo, por menor que seja, é uma conquista rumo à superação.
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